segunda-feira, 21 de setembro de 2009

SALVADOR MARQUES, TEATRO, UM PROJECTO MUNICIPAL

Portadoras de uma mensagem espiritual do passado, as obras monumentais dos povos constituem actualmente o testemunho vivo das suas tradições seculares. A humanidade, que toma cada dia consciência da unidade dos valores humanos, considera-os como um património comum e, face às gerações futuras, reconhece-se solidariamente responsável pela sua salvaguarda. Ela compromete-se a transmiti-los em toda a riqueza da sua autenticidade.

Carta Internacional sobre a Conservação e Restauro dos Monumentos e Sítios (Carta de Atenas ), 1964


No sábado, 19 de Setembro, entre as 9 da noite e a meia-noite, em Alhandra, na sala da CURPIFA, muito se debateu o Teatro Salvador Marques e a sua recuperação. Participou o especialista Professor Sérgio Infante, que referiu grandes linhas de recuperação do Património, ao mesmo tempo que ilustrou os princípios da Carta de Veneza com exemplos concretos de Recuperação de teatros de dimensão e características equiparáveis ao Salvador Marques, em Portugal e noutros países europeus.

O debate, muito animado, desenvolveu-se, destacando-se a intervenção de membros de entidades que desde 1993 mobilizaram cidadãos preocupados com o Salvador Marques, como a ADAPA (que realizou uma exposição em 1993) e a Comissão para a Reabilitação do Teatro Salvador Marques que desenvolveu diversas iniciativas desde 2005 e mantém informação na Internet, em http://teatrosmarques.no.sapo.pt/.

Sem se colocar em causa o valor de outros equipamentos culturais para Alhandra, como o Passeio Ribeirinho e uma Biblioteca Municipal, a tónica das intervenções recusou que esta devesse ser realizada no Salvador Marques, registando-se antes um empenho comum na sua recuperação enquanto Teatro, que devolva aos cidadãos uma memória cívica e um equipamento, criado por subscrição popular em 1905, de que foram privados há décadas, ao mesmo tempo que valoriza a oferta cultural no concelho de Vila Franca de Xira. Caberá à autarquia desenvolver trabalho neste sentido, e aos movimentos cívicos pugnarem por soluções ajustadas.

A sessão foi promovida pela candidatura do Bloco de Esquerda à Assembleia de Freguesia de Alhandra. Rui Perdigão reafirmou a posição desta candidatura pela recuperação do Teatro, enquanto Teatro Municipal, contribuindo para o reforço da identidade dos alhandrenses, e da promoção de Alhandra como destino cultural, turístico e de lazer da população da freguesia, do concelho e de muito mais, atraindo nacionais e estrangeiros.

A recuperação dos centros históricos é uma das propostas de combate à crise do Programa do BE às eleições legislativas


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